Desabafo!

Você não acariciou só meu corpo,

Teu afago alcançou-me a alma!

Sinto-me só...

Subjugada por uma inconseqüência,

Condenada pela conseqüência.

Prisioneira do laço da paixão

Provei tuas delícias,

Embriaguei-me de você,

Como um licor... Perdi-me em teus desejos,

Navegando em teu corpo,

Naufraguei na verdade!

Engolfada pela nossa realidade.

Teu beijo doce, tem no Ades berço,

E o absinto me invade as entranhas,

Sinto uma angustia tamanha...

Trago nos lábios a marca dos teus,

Mais o sabor que impregna

Nada tem do licor provado,

Só o amargor que remete a estrela caída,

Na estrofe antes descrita.

Das delícias nasceu o tropeço,

E as feridas como seqüelas dos mesmos.

Cicatrizam, eu sei,

Mais deixam suas macas na alma,

E o peito, perde a calma.

Fecho os olhos e resgato os momentos,

A magia do teu toque,

O feitiço do teu beijo...

Nossos corpos abrasados,

Arquétipo de amor?

Lúdica paixão,

Doce sedução.

Lascívia nada tem a ver com coração!

As ilusões da vida

Vêem sempre revestidas,

De um calidoscópio arco-íris.

Sensações inibem a razão,

Que trancafiada nos subterrâneos do Ades,

Tornam-se como Perséfone e seu algoz,

Companheiros opostos,

Porém inseparáveis,

Mesmo contra vontade.

Emoções cegas, ardentes, quentes,

Libertas das algemas da prudência,

Fizeram treme o meu corpo,

Com a urgência da entrega.

Envolvidos em deleites profundos, pungentes...

__O quadro pitado de um momento da gente.__

A força do instinto direciona a mente,

Ao caminho da perdição,

__Meu pecado acariciado__

Fragilizando o coração.

E como água entre os dedos,

Fogem os segundos,

Enquanto o amor se faz.

No instante de mil beijos... Nunca mais?

__Tantas palavras trocamos mudos__

Os anjos fortalecem a alma reprimida pela dor,

Provocada pela volúpia dos anjos da luxúria,

Que induzem, conduzem, seduzem... Para depois,

Robar a luz!

__Esta sujeito a errar, enquanto o homem lutar__

Por vezes recorro ao sexo,

Como forma dae abrandar a minha carência de fato.

E minha ausência de afeto,

Reflete minha falta de tato,

No trato com o mundo.

Mais depois do ato,

A sensação de não se ter estado presente,

Deixa-me descrente,

Do sonho almejado,

De já ter sido amada, querida, desejada....

E meu mosaico de sensações perde o tom.

E numa aquarela sem forma nem cor,

Tento pintar minha dor...

Abstrato para mim,

Imagine me fazer ver, através das palavras,

Deixadas nesta tela fria,

Que acata as mesmas,

Mesmo que erradas eu as escreva...

Meu ímpeto é gritar teu nome,

Mas acato teu silêncio como meu

E volto a minha condição,

Ou seja,

Solidão!

Observadora
Enviado por Observadora em 27/02/2007
Reeditado em 27/02/2007
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