A AQUARELA DA MORTE

Éramos silenciosamente o pó de uma aurora

E a névoa púrpura devora os vermes que somos

Mas é preciso comer da carne, alheia às minhas sensações.

A pele áspera dissolve-se em delírio

O medo afaga o meu espírito

E esteticamente nada serei além de mim mesmo.

Viver é o meu tormento. E tudo, estava escrito por Deus?

Eu sou o seu instrumento, a sua luz, e o seu sangue

Então bebo desse líquido e alimento-me de fé e esperança.

Em campos de flores mortas descansei uma lágrima

Os urubus voam sobre mim à procura de abrigo

E a tempestade cai colorindo a minha angústia.

A maldade é uma doença, e veio absorver a aura humana

Somos escravos de nossos próprios destinos

E não sei quantas gerações existirão até o Ultimo Poema.

Dentro deste chão jaz um poeta triste

Vivendo em órbitas crescentes

Que se movem sobre e além dos desejos desse mundo

Amei tanto e não senti o amor

Mas acredito que estou no caminho certo

E cantarei o amor e o sacrifício será a minha dor.

“E ainda que um exército me cercasse,

O meu coração não temeria nada

E ainda que a guerra se levantasse contra mim, nisto confiaria.”

ValdirMartins
Enviado por ValdirMartins em 25/10/2012
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