Viver no ínterim
Teias delicadas, teias invisíveis,
paralisaram-me no meu deslugar,
criando ondas imperceptíveis
do terror aranhoso a esperar.
Barbantes firmes e delicados
manipularam-me nos desalentos,
rindo anos abandonados,
chorando felizes momentos.
Só na lúgubre esperança
que um raio lança
no sombrio jardim.
Suspiro n'alma
que vazia se espalma
por viver no ínterim.