Morrerei....
Não posso sequer enfrentar,
A dor como a fera que vai gritante,
Que me consome no pesar,
Desta minha existência itinerante
A besta que dita o meu rumo,
Algemando meus punhos doloridos,
Quando morrer, enfim eu sumo,
Junto aos teus entes então falecidos!
Já não há forças para se rebelar,
Deixe que a maré leve-me ao sepulcro,
Não há vitória com este pelejar
Nem sequer o fúnebre dia em luto!
Morrer é a minha convicção!
Tornar-se uma bela estrela cadente
Que fulgura entre a ilusão,
Do peito mole ao existir decadente!
Pobre de minha mãe que diria
Debaixo da terra terá seus enterrados,
Ela enlutada com ardor sorriria,
Entre muitos tantos outros sepultados!
Mas que meu espírito envolvente
Deixe sobre a terra árida um rastro,
Lance-te a minha dor dissolvente
Como o afeto d’um pobre abraço!