Os poetas falam e os loucos escutam...
Embora o tempo corra e eu tenha morrido,
Eu perdi, eu perdi, perdi e venci...
Embora tudo tenha corrido
Para teu proveito, aproveitei e consegui...
Consegui poetizar ao relento e cantar,
Cantar ao do Sol clarear, tristemente...
Eu estou louco, mas também é alegria!
Eu vou conseguir te ver a chorar
E vou seguir em frente...
Do que matar, a loucura mais contagia...
Essa ditadura do pensamento não me vence,
Há batalhas que eu empato, ou derroto,
Então, quando morri não perdi,
Pois assim quero que eu pense:
Não sou obrigado a te dar meu voto,
Pois votei tanto na loucura que a pedi...
Então, tristes poetas que pensam na mesmice,
Cansados do nada acontecer friamente,
Quero mostrar a labuta que sofro desde meninice:
A batalha que travei firmemente...
Há pelo que lutar, neste dia de glória,
Onde toda a vitória consiste em cantar,
Pois há poucos que sabem da simplória
Guerra das idéias e blá blá blá...
E o vento vem balançando a bandeira,
O estandarte de uma nação,
Uns vêem sombra, outros, luz...
Aqui neste país de insígnia brasileira,
Sou mais meu coração
Do que meu pensamento de céus azuis...
As vozes que nos ouvem calam...
Os ouvidos que nos falam escutam...
Eis que os poetas falam...
E os loucos escutam...