Os poetas falam e os loucos escutam...

Embora o tempo corra e eu tenha morrido,

Eu perdi, eu perdi, perdi e venci...

Embora tudo tenha corrido

Para teu proveito, aproveitei e consegui...

Consegui poetizar ao relento e cantar,

Cantar ao do Sol clarear, tristemente...

Eu estou louco, mas também é alegria!

Eu vou conseguir te ver a chorar

E vou seguir em frente...

Do que matar, a loucura mais contagia...

Essa ditadura do pensamento não me vence,

Há batalhas que eu empato, ou derroto,

Então, quando morri não perdi,

Pois assim quero que eu pense:

Não sou obrigado a te dar meu voto,

Pois votei tanto na loucura que a pedi...

Então, tristes poetas que pensam na mesmice,

Cansados do nada acontecer friamente,

Quero mostrar a labuta que sofro desde meninice:

A batalha que travei firmemente...

Há pelo que lutar, neste dia de glória,

Onde toda a vitória consiste em cantar,

Pois há poucos que sabem da simplória

Guerra das idéias e blá blá blá...

E o vento vem balançando a bandeira,

O estandarte de uma nação,

Uns vêem sombra, outros, luz...

Aqui neste país de insígnia brasileira,

Sou mais meu coração

Do que meu pensamento de céus azuis...

As vozes que nos ouvem calam...

Os ouvidos que nos falam escutam...

Eis que os poetas falam...

E os loucos escutam...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 22/10/2012
Reeditado em 23/10/2012
Código do texto: T3946618
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.