Esnobe vida

O ar que entra por minhas narinas tem vergonha de sair,

O sangue que circula por meu coração gostaria de para-lo,

A água que mata minha sede queria matar-me

O sol que nos aquece queria tornar-me cinzas.

Por tantos caminhos pude aprender a andar

Mas desviei-me dos bons, buscando achar-me;

Encontrei-me na curva tortuosa da vida

em um abismo findo de luz e amor.

Amor que deixei de lado em busca do encantado

príncipe que nunca existiu ou existirá.

São desvaneios por não aceitar a realidade

Que o mundo, realmente, é limitado.

Lacívia, vícios, gula e bebedeiras

Levaram-me ao submundo do rancor;

Desesperançada a ressurgir à tal vida,

A própria vida me esnobou.