Lágrimas vividas
Ao filho morto
o último adeus, a lágrima
é a única fala.
Ao filho morto
a última lembrança
aos amores incertos,
a infância abortada.
Ao filho morto,
o medo nos ronda,
as lamparinas se apagam.
Ao filho morto,
futebol não jogado,
os pesadelos vividos.
Ao filho expurgo,
o castigo dito e as almas
presas ao pretérito
vivenciado por nós.
Por mais distante que vivamos
mais próximo do outro estamos.
O nosso entrelaçar na dor
nos aprisiona nas noites de lua.