Adeus... eu morro!

Ceifa-me a alma, ó bela visão nocturna.

(Renan Tempest)

Là! Muori!

(Luigi Illica, Giuseppe Giacosa)

Recebi um convite da morte.

(Robert Burns)

Oh! nestas noites frias,

Bem já sinto as agonias

De viver a mocidade.

Minh'alma - harpa galdéria,

Fitando a lua ciméria,

Plange e geme... saudade.

Me calo! De olhos tristonhos,

Recordo os antigos sonhos,

Que a vida me prometera.

- Pois como era doce a'vena.

Vacilei, pois tive pena,

Mergulhei em vil quimera.

Oh, meu Deus! Por um beijo,

Nutri prodigioso desejo

No coração que me habita.

Tudo o que fiz, fiz por ela

Ai! vilã, amante e donzela,

Leviano amor que palpita.

Vem, morte... morte... maldita!

Garrida visão que me irrita.

Deliciosa visão, vem... te quero!

Vem, morte... morte... amada!

Aproveita a noite calada,

E lança-me o fogo de Nero.

Oh! Fortaleza dos profetas.

Colecionadora de poetas.

Promessa dos anjos de Deus!

Romaria dos sonhadores.

Esperança dos pecadores.

Ceifa-me a alma... Adeus!