O QUE SOBROU DE NÓS?


Nos entrevamos na mortalha do desamor.
Há tempos não nos vemos, onde anda você?
O que aconteceu em nossas vidas
Se, não mais enxergo o brilho do amanhecer!

O amor era o alicerce, hoje o chão treme órfão.
Sob nossa cama repousa a neve da desilusão.
Nas madrugadas frias o açoite do vento
Vem avisar que a vida passou sem acontecer.

Agora que raiou o dia, minha alegria não existe mais.
O desencanto entrando pela porta aberta,
Enegrecendo o brilho da desfigurada lua
E mostrando o maçante sol do amanhecer.

Olhei para o desbotado e descolorido dia
pintado de chumbo degradante,
pesaroso, constatei indiferente
que sobre nós pairava a fuligem
que edifica o viés da irremediável separação.

Por mais que o cosmo conspirasse,
O brilho que sempre guiou teu destino,
Não clareou minha vida.
Ser tua sombra, foi meu desconforto.

O que sobrou de nós,
Senão a saudade traduzida em lágrimas,
Abortando para sempre o sentimento
Na desolação da solidão infinda?

Meu coração sob a luz dos olhos teus,
Não mais fotografou o pêndulo da vida e
Sentiu o imoderado desejo de sair de mim.
Finalmente, deixei a vida sem fazer histo
ria.

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Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 15/10/2012
Reeditado em 13/09/2015
Código do texto: T3934705
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