Invasão

Estava concentrada nos projetos da vida,

E o apito da fabrica de tecidos tocou...

E como já nem era tão tarde, um feriado como outro qualquer, mais um que produzo tentativas,

Eis que entra uma sombra pela porta arrombada de meu apartamento,

E mesmo ele ficando quieto, instalado e deitado debaixo da cama, tive que chamar a polícia.

Sinceramente, subir em telhados em dias de chuva, não é muito aconselhável...

Menos mal, ele tentou um acordo,

E assim que partiu sem levar nada meu, agradeci a Deus por mais um dia cheia de tarefas que eu mesmo invento.

Levou a televisão do vizinho que viajava, e choram todas as senhoras do prédio. E eu, uma síndica como outra qualquer,

Servi café, água, dei guarita e consolei...

Afinal, o ladrão era de galinhas, e queria companhia talvez...Assim escondido debaixo da cama, deu pena, afinal logo eu?

Poeta, cantora, artista, e sem estar na mídia, devo ganhar pouco mesmo...

Levaram os aneis e ficaram os dedos.

Ainda bem! ainda bem!

(conto um pouco verdadeiro, um pouco fictício)