O VELHO CAMPONÊS

O velho camponês descansava triste no barranco

Lá embaixo passava o rio de águas escuras

Era ali que procurava curar as suas tonturas

Mal que o chateava, porém não se importava tanto

O cachimbo inseparável era a sua distração

Já vivera tantos anos, se reclamasse não tinha razão

Acostumou-se a viver sozinho, se acomodou

Imaginava muitas coisas mas nada acontecia

Apreciava suas terras até quando anoitecia

Conhecia poucas pessoas, vivia mais isolado

Tinha algo no passado que não queria esquecer

Uma bela donzela sem seu amor preferiu morrer

Esse era o motivo da sua grande insatisfação

Preferia tudo, menos perder aquela donzela

Tão meiga e linda, de uma beleza singela

Que por uma briga boba veio a separação

Imaginando perdê-lo preferiu parar o coração

Hoje o velho camponês vive amargurado

Resolveu não mais amar, ninguém lhe dar consolo

Chorando e tocando a vida se acha um tolo

Seu refúgio é a barreira junto ao rio

Onde fica a pensar na sua falta de sorte

O alívio agora só no dia da sua morte

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 09/10/2012
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