Impotência de mim

Poderia embebedar-me com teus beijos

Mas nem é preciso,

Embebedo-me com ou sem eles

Neste quarto triste e vazio.

Os prazeres guardados n'alma

Estão distantes,

O que deixa minha vida aguada

E com um azedume atordoante.

Nos sons inexistentes

Ouço sua voz no canto do ouvido,

Vejo nos negrumes brilhantes

Seu rosto belo, porém tão escondido.

Bebo-te... Bebo-te até cair,

Bebo do vinho que bebíamos;

Depois ríamos,

Das nossas roupas à cair,

Das palavras emboladas,

Das pernas atrapalhadas,

E da preguiça de se vestir.

Era tão bom nossos corpos colados

Os dedos entrelaçados,

Você dizendo tudo que eu amava ouvir.

Mas tudo acabou-se,

Tudo poeira no ar tornou-se,

Deixando minha vida

Um supérfluo existir...

Tome, pegue a taça,

Encha-a de vinho

E brindemos o meu subsistir.

Larissa Maciel
Enviado por Larissa Maciel em 03/10/2012
Reeditado em 03/10/2012
Código do texto: T3914671
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