Metonímia
O mel da rainha resulta em morte.
O prazer supremo e o ápice da existência.
O sangrar da aurora recobre-se
da madrugada bêbada de luar.
Lágrimas e orvalhos secretam as dores do
mundo e das manhãs
O sol maravilhado com o eclipse
Despe-se lentamente de seu fervor
O amarelo se alaranja, e em seguida rubro...
E reconhece a total sedução e mistério da lua.
O que posso fazer se o mar acaricia a areia?
E remove com suas ondas as conchinhas
Para cultivar as pérolas...
Promessa de beleza num colar romântico futuro.
E se em tal carícia a entrega é branda
As pedras se amolecem.
As retas se amoldam em curvas.
E o cais aguarda notícias de longe...
Ou partidas iminentes...
Adoro ler pessoa e Pessoa
Foi lendo Pessoa que percebi
Como há tanta pessoa legível...
Adoro ter Amado sempre a mão.
Adoro dizer-lhe todas as coisas
Com os olhos que gritam em plenas exclamações
E palavras que calam solenemente.
Metonímia
Simplificação coerente.
Imediata e identificadora.
Amor
Sobrevivente dos tempos.
Refém da civilização.
Esperança dos solitários.
Solitários esperam o amor
no cais das emoções.