SELINHO

 
Um país idolatrou afora
(toda a gente, cada cantinho)
a musa graciosa, de riso largo.

 
Pequena loira que erigiu história,
brilhou no palco e deu carinho,
viveu sincera e espalhou afago.

 
Mas nossa gracinha, nesta hora,
segue a encantar outro caminho...
No show riscado, o final amargo:

 
— Um país vem em fila e chora,
devolve na boca fria o selinho
reverente de Hebe Camargo.





Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 30/09/2012
Código do texto: T3908266
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