MORTE
O azul do céu tornou-se pálido
E as cores das flores são mais tênues.
Mas agora que a tarde se recolhe
É que meu coração está mais cálido.
Ouço um anjo no céu, tocando lira,
Ouço seu canto, e ele é doce e terno.
Mas a cítara que me inspira em meu crepúsculo
Não vem do céu, vem do inferno!
Penso na dança da vida: harmoniosa?
O viver foi para mim uma agonia!
Pois a dança da vida não foi dança,
Não passou de uma ataxia!
Como os dias amanhecem, as noites escurecem...
Se sou fatalista não sei, nem me interessa.
Só entende o que digo quem como eu adormece,
Pois essa dor que me acalenta não tem pressa!
*
Antigo poema, escrito há quase trinta anos.