Elegia de Orfeu a Eurídice
Elegia de Orfeu a Eurídice
Se acaso pudesses me ver
Teus sentidos mudariam
Tua visão seria tato
E ao cruzar com a minha
Toda a minha dor sentirias
Teus olhos verteriam sangue
Tal qual meus pulsos escorrem em dor
Isolei-me numa caixa de vidro
E a maçaneta envolvi em arame farpado
Porém ao sentir tua falta, desejei sair
Feri meus punhos para estar ao seu lado
Se visses o quanto choro e como
minhas lágrimas dissolvem meu sangue
Choro como Orfeu ao perder sua amada
Que feliz ao colher flores a morte não poupou
E ao ser pela víbora picada
Nas asas de Tânato repousou