Elegia de Orfeu a Eurídice

Elegia de Orfeu a Eurídice

Se acaso pudesses me ver

Teus sentidos mudariam

Tua visão seria tato

E ao cruzar com a minha

Toda a minha dor sentirias

Teus olhos verteriam sangue

Tal qual meus pulsos escorrem em dor

Isolei-me numa caixa de vidro

E a maçaneta envolvi em arame farpado

Porém ao sentir tua falta, desejei sair

Feri meus punhos para estar ao seu lado

Se visses o quanto choro e como

minhas lágrimas dissolvem meu sangue

Choro como Orfeu ao perder sua amada

Que feliz ao colher flores a morte não poupou

E ao ser pela víbora picada

Nas asas de Tânato repousou

Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 25/09/2012
Reeditado em 06/10/2012
Código do texto: T3900941
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