Fado à tristeza
Não sei da vida o segredo
p'ra nascer contentamento.
Já ao sorrir, tenho medo
já ao sorrir, tenho medo
desse tão fugaz momento.
Bem amarro o pensamento
nesses momentos de outrora,
mas se deito um riso ao vento,
mas se deito um riso ao vento,
sinto que a alma me chora.
E nesse chorar demora
muito mais do que é preciso,
para pagar o que outrora
para pagar o que outrora
me deu tal breve sorriso.
Ai vida, o que é preciso
p'ra se apagar a tristeza?
Pois se quero um sorriso,
pois se quero um sorriso,
tenho nela a alma presa.
Mesmo assim pela beleza
que eu vejo em seu olhar,
faço-a sorrir na certeza,
faço-a sorrir na certeza,
que fica a alma a chorar.
Mas consigo camuflar
bem ou mal, cá do meu jeito,
c' um sorriso a disfarçar
c' um sorriso a disfarçar
mágoas que trago no peito.