Vortô Dasdô!

Dasdô vortô.

Veio assim do nadinha!

Trupicô em São Francisco

Bateu nos pé de Santa Rosa

Pensô que essa disconhecida

Fosse lhe sê generosa.

Ah Dasdô

Pra que vortô?

Mais de ano se passô

E ocê bem distraída

Aí sumida e assumida

Consertando, recosendo

Amarrando com seus nó

O danado do distino

Que de ocê nunca tem dó.

Quanto desencontro Dasdô!

Quanto desassussego fia minha!

Será que um dia a Virge Maria

De ocê desata os nó?

E os santo dos Rosário

E as rosa da Terezinha

Santo Vito e São João

Sua madrinha de pia

No colo a carregarão?

Dasdô, quantas dô sente...

Dasdô sente as dô de mãe

Dasdô sente as dô de fia

Dasdô sente as dô da vida

Que vida Dasdô, ocê tem?

E Dasdô inda agradece

Ajoeia em prosa em prece

Com os óio cheios dágua

Retira dos peito a mágoa

E amudece outra vez.

Mas o Senhô inda um dia

Põe seus óio nessa fia

E há de dar o que nunca cobra

Seja em graça seja em sobra

Nem que seja a alforria.

Thildes Barmía

Thildes Barmía
Enviado por Lina Baptista em 19/09/2012
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