VALE DE ANTÚRIOS


Essa efígie que se transmuta
Lentamente em algo negro
Diante dos meus cinzentos olhos
Causa pânico e fascinação
A partir tudo o que vem a tona
Não tem mais sentido algum
E eu sigo, sem bussola, torpemente ocre
Dando vazão aos rabiscos interiores
Mesclados a uma dor fina, menina até
E assim me vejo num vale de antúrios
Diante de gárgulas, hidras e murmúrios
É ai que entre um breve susto descubro
Intermediando perjúrios que não sou centúrio
Não passo de um ser rastejante, um súrio
Sem nenhum orgulho, um ser espúrio
Sou na verdade um malfadado augúrio
Habitante de lugar sombrio e tão úmido
Preso em solo imundo infestado de musgos...
Logo eu que pensava morar num tibúrio.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 19/09/2012
Reeditado em 27/09/2012
Código do texto: T3890722
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