Tristeza
Posto um rosto em penumbra
Nua carne dura e fria
Nua alma, encarna o pranto
Nua vida... Se esvazia.
Posto um gélido e lacrimoso
Ar de choro, inciso peito
Foge o vento, a doce brisa
De infelicidade eleito.
Amarga língua - fere o canto-
Retorcido num fôlego quente
De um afago inusitado
Sem futuro –só presente
Finda a vela, a chama vibra,
Seus últimos toques fulvos
E se ouvem a distâncias
O amargor dos meus uivos.