OLHANDO A JANELA

Sentado na cadeira de balanço observava o tempo

Através da janela fluíram planos e sonhos

O olhar era vazio, os seus momentos tristonhos

A idade avançara e o raciocínio diminuíra

Assim era a vida de um pobre solitário

Jogado num lar de idosos não tinha opinião

Sem família, sem carinho, ninguém lhe pedia a bênção

O tempo passou e o futuro não mais existia

Somente a janela era o seu mundo real

Ali dentro nada compreendia, tudo era igual

Caridosas atendentes o ajudavam nas refeições

Vazio por fora, vazio por dentro, ali ficava

Olhando a janela tinha momentos de prazer

Poucas lembranças, porém nada para reviver

Quase todo seu tempo era naquela cadeira

Companheira diária junto àquela bela visão

A janela, seu mundo, consolando-o da ingratidão

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 13/09/2012
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