Covardia
Ainda sinto meu peito arder
Mesmo pulsando, é como se tivesse sido arrancado meu coração
Esse frio levantando-se por cada centímetro do meu corpo caído
Sem piedade vai debulhando as forças que me resta.
Fadiga, euforia
A fraqueza toma conta do meu pulsar
Visão turva, mente incerta
Sentimentos misturados às sensações já indecifráveis ou nunca experimentadas
E as memórias falhas, agora emergem para serem refletidas em poucos milésimos de demorados segundos,
Métricas acertadas e arquetípicas.
Verdades nunca ditas agora povoam esses últimos instantes reflexivos
Descrenças, mitos, medos, indiferenças
Misturam-se, completam-se.
Escurece a luz,
E tantos arrependimentos, agora tardios.
Tantas vontades que não saborearei, e tantas que nem terei.
E os perdões orgulhosos que não me deixarão partir em paz!
Face a face com o fim e só analisei falhas...
Perdas e fracassos.
Sinto apagar as memórias das alegrias que vivi.
... Aperto no peito!
A poça de sangue se estende, o ultimo respiro é dado.
Os dedos tentam perfurar o chão,
Uma ultima lágrima desce
E a face de dor teima um ultimo sorriso que se reflete no prateado metalizado do objeto que lançou um pequeno projétil suficiente para perfurar seu peito,
Derramar seu sangue e fluir seus medos,
Acabou analítico,
Fracasso,
Coragem faltou para superar os desafios
Sobrou para o suicídio
Covardia que se estampa na face, agora pálida e sorridente
Talvez rindo da sua própria.... Covardia!!