Covardia

Ainda sinto meu peito arder

Mesmo pulsando, é como se tivesse sido arrancado meu coração

Esse frio levantando-se por cada centímetro do meu corpo caído

Sem piedade vai debulhando as forças que me resta.

Fadiga, euforia

A fraqueza toma conta do meu pulsar

Visão turva, mente incerta

Sentimentos misturados às sensações já indecifráveis ou nunca experimentadas

E as memórias falhas, agora emergem para serem refletidas em poucos milésimos de demorados segundos,

Métricas acertadas e arquetípicas.

Verdades nunca ditas agora povoam esses últimos instantes reflexivos

Descrenças, mitos, medos, indiferenças

Misturam-se, completam-se.

Escurece a luz,

E tantos arrependimentos, agora tardios.

Tantas vontades que não saborearei, e tantas que nem terei.

E os perdões orgulhosos que não me deixarão partir em paz!

Face a face com o fim e só analisei falhas...

Perdas e fracassos.

Sinto apagar as memórias das alegrias que vivi.

... Aperto no peito!

A poça de sangue se estende, o ultimo respiro é dado.

Os dedos tentam perfurar o chão,

Uma ultima lágrima desce

E a face de dor teima um ultimo sorriso que se reflete no prateado metalizado do objeto que lançou um pequeno projétil suficiente para perfurar seu peito,

Derramar seu sangue e fluir seus medos,

Acabou analítico,

Fracasso,

Coragem faltou para superar os desafios

Sobrou para o suicídio

Covardia que se estampa na face, agora pálida e sorridente

Talvez rindo da sua própria.... Covardia!!

Alex Wolney
Enviado por Alex Wolney em 12/09/2012
Código do texto: T3877798
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