Silêncio
O poeta que buscava dorCantava em suas rimas o infortúnio
Hoje esconde-se de sua poesia
E triste de fato tornou-se a vida...
Sufoca no silencio o pranto de sua alma
E muito mais diz as folhas brancas soltas ao vento...
O poeta que não chorava
Hoje se desmancha no sal de suas lagrimas...
As palavras nasciam qual a fonte límpida das águas
Carregava no peito inebriante desejo
E hoje vive nada mais que nada
Sua pálida lembrança de felicidade
Na sua pena se cala
Entre murmúrios, saudades e lampejos...
Fazia arte com a tinta feita do pranto de outros olhos
Brincava de retratar a dor alheia
Hoje que sua dor de fato se mostra
Seu único desejo é que ninguém a leia...
Por isso cala-se nas sombras de seus amores
Foge a sua arte...
Pois o poeta maldito teme suas próprias dores...