Silêncio
 
O poeta que buscava dor
Cantava em suas rimas o infortúnio
Hoje esconde-se de sua poesia
E triste de fato tornou-se a vida...


Sufoca no silencio o pranto de sua alma
E muito mais diz as folhas brancas soltas ao vento...
O poeta que não chorava
Hoje se desmancha no sal de suas lagrimas...

As palavras nasciam qual a fonte límpida das águas
Carregava no peito inebriante desejo
E hoje vive nada mais que nada
Sua pálida lembrança de felicidade
Na sua pena se cala

Entre murmúrios, saudades e lampejos...

Fazia arte com a tinta feita do pranto de outros olhos
Brincava de retratar a dor alheia
Hoje que sua dor de fato se mostra
Seu único desejo é que ninguém a leia...


Por isso cala-se nas sombras de seus amores
Foge a sua arte...
Pois o poeta maldito teme suas próprias dores...



Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 10/09/2012
Reeditado em 10/09/2012
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