Estado
Escuridão, dor, tristeza
Corroíam por dentro,
Já não sabia o que era viver
Já não sentia receio da morte;
Dias e dias mofando
Noites e noites sem dormir;
Via a morte nos olhos, reflexos;
Via o medo n’alma, espelho;
Últimos dias, dias horríveis;
Só, abandonada, isolada,
A luz iluminava-me a face
Mas não penetrava em meus olhos;
Meu coração inerte permaneceu,
Porém sabia tudo que estava à minha volta;
Lua que me alegrara,
Hoje traz-me o vazio;
Mostra-me o que não fui
Mostra-me minh’alma, devaneio;
Esvaio-me em meio ao nada,
Entorpecida em melancolia;
Talvez as noites voltem a clarear;
Desmascarar o que permanece no escuro;
Instigar-me a mente
Levar a dor, ardente, capricho meu;
Permaneço em meu estado de espírito;
Transcendo-me a outro plano;
Onde aqui permaneço,
Elevar-me-ei ao supremo;
Onde de lá voltarei,
Para reinar no futuro
Sobre a alma dos mais fortes.