O que me desgosta
É que meu olho só vê se durmo
Então fico assim, à mercê
Sem prumo
Estúpidas sabedorias, estas minhas...
Que nunca se calam
E são surdas tal portas
Se resvalam...
Quereria a demência dos ditos loucos...
Que saltam de abismos com risos limpos
Andam descalços
Não temem guizos
E esfolam a pele nos leitos dos rios
Ah,se os sons submersos pudessem
Uma vez que fosse ,salvar minh'alma!
Ergueria um altar que cheirasse a mar
Com conchas do tipo que contam segredos
E depois silenciam
Sem pressa
Nem medos
Mas vai longe tal sonho...
E me desgosta sentir gostos
Caminhar pelo mundo
Desenhar de pontas de pés meus esboços...
Isto como não soubesse,
Não me comesse a carne
O remorso das falas em prece
Enquanto calado ,
O ventre fenece...
Me consomem meus pensamentos tantos
Se os olhos que miro nem jorram prantos
São aflitivos
Reviram nas órbitas
Tão tontos...
Me consome existir
Sem saber o que está por vir...
O que me consome
É que tenho sede,
Tenho fome,
E a dor do mátrio ventre
É sem nome..
*À minha mãe....
*Sugestão de escrivaninha :
Zuleika dos Reis, poeta ímpar ,letra mui rica e tola que sou ,só agora conheci .
Estou realmente encantada com sua obra e por isto deixo aqui como sugestão sua escrivaninha aos poucos que porventura ainda não conheçam sua especialíssima letra .
Segue o link:
http://www.recantodasletras.com.br/autores/thamiris