TRISTEZA
POR OBSÉQUIO, CHAMAI-ME POR TRISTEZA
ESQUECEIS MINHA GRAÇA POR UM ATIMO E ME DEIXARAIS SATISFEITO.
POSSO OFERECER-TE A SUAVIDADE E A ASPERESA
BREVEMENTE A TERRA
CONTUDO
NÃO ME OBRIGUEIS A INVENTAR O PERFUME
AI, JAZ A BELEZA
DEDILHO POR SOBRE O DESERTO DA SAUDADE
ATÉ A FONTE DE TEUS PRAZERES
SOBRE TEU NARIZ, DOIS ECLIPSES
UMA BORBOLETA PRESA NO VÉU
A CARNE SE CONTORSSE EM DORES INEXPREMÍVEIS
RIS A TOA, AS MINHAS CUSTAS
BELO DESAFIO SEREI EU PARA TI, BOM GRACEJO
VITIMAI MEU AMOR, MAS DEIXAI-ME PADECER NO VAZIO DO TEMPO
CALA-TE OS OLHOS E SUFOCAI TUA BOCA
ATÉ O PONTO EM QUE NÃO PODEIS PRONUNCIAR UMA NOTA
NADA É INSUPORTÁVEL
NOVOS VENENOS, NOVAS MELODIAS
SEXO, SELVAGERIA, MORTE
O SOL AO ADORMECER, CONVIDA-ME AO SILENCIO
TENHO-O COMIGO EM MINHA FRONTE
VICIO, VOLUPIA, VIOLENCIA
O DIA NUNCA AMANHCE
DORMIS PELO MENOS HOJE, SÓ HOJE
IMPLORAR JÁ NÃO TRAZ SATISFAÇÃO
CALMA, CALIDO E VISCOSO
NASCENTE DE MEU SER EM MEUS OLHOS
ÉS O BRILHO QUE ME ILUMINAS
TENS O SORRISO QUE ME ENTRISTECE
SOU A VIGILIA DE TEU SONO
MEU POMO PRESSIONAS ATÉ DOER TUA BARRIGA GORDA E REDONDA
NEM O INFERNO ME SOBROU
ME ROUBASTE AS CORES, HERDEI O CINZA
SÓ OUÇO GRITOS NO SILENCIO
A MORTE DE CABEÇA BAIXA
NÃO TENS PENA DESTE SER MALDITO
O QUE UM MALDITO PODE PERGUNTAR A OUTRO?
VILÃ DE MINHA ODISSÉIA
SEGURAIS MINHA MÃO E GIRAIS-ME ATÉ QUE EU FIQUE TONTO
NÃO HÁ CAMINHO A SEGUIR
MALICIA, MALIDICENÇA E MAQUIAGEM
SÓ MAQUIAGEM
SÓ TRISTEZA