Como um pássaro na gaiola

De asas cortadas

Não posso voar

Sentir a brisa passar, flutuar no céu azul grandioso...

Deixar que os raios mornos do sol do amanhecer quebrem-me o frio da madrugada...

Na gaiola,não posso cantar...

Sou como pássaro selvagem

Preciso de liberdade

De sombra nas árvores

De água de rio, ou de mar, para banhar-me.

Não podes secar meu pranto

Ele vem da alma cansada, do sufoco de viver distante

Distante de mim

Distante do amado

Distante da felicidade de viver liberta

Tenho sonhos

De sobrevoar o mar

Deslizar nas ondas

Arriscar-me ser devorada por tubarões

Mas ter emoções!

Por que viver assim não dá.

Em cativeiro, sou pequena...

Quero crescer, quero sofrer, quero estar na selva

Lutar por sobrevivência

Dá sentindo ao viver!

Não corte-me as asas

Solte-me da gaiola!

Quero cantar livre...

Voar por entre as nuvens de devaneios

Devanear só ou acompanhada

Quero ser eu.

Quero está entre amigos

Quero está entre amores

Quero ter um pouco de mim, em mim mesma.

Desaperta este nó que prende minha voz...

Deixa sair o grito de liberdade...

Faz-me existir!

Por hora...

Sobrevivo, como pássaro na gaiola...

Alimentado, cuidado, protegido...

Mas

Infeliz!

(28/08/2012)

Iamma Mayura Gadelha
Enviado por Iamma Mayura Gadelha em 28/08/2012
Reeditado em 28/08/2012
Código do texto: T3853147
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