EMBRIAGAR A ALM A

Sobre a mesa mofada esta o copo

Rubro e o vinho que ele contem

Semente de loucura etílica que ela sorve

Para onde vai aquele olhar perdido?

Que distantes e doloridas memorias ela revive?

Ninguém saberá...

O roto vestido é de um florido berrante

Um decote que outrora já foi ousado

Em outros tempos...

Quando ela era outra mulher

Na acústica do bar as conversas flutuam

Sentimentos permeados de álcool chegam ate sua mesa

Às vezes... Às vezes á inundam

Tanto ódio e perda em estórias mal contadas

Tanta tristeza ecoa a sua volta

Tanto ranço e medo

Um lugar onde a felicidade jamais entrou

Onde a luz é malévola brotando do teto

Onde o calor humano fede

Copo por copo a garrafa seca

Não há colóquios para ela esta noite

Nenhum dialogo

Sem entendimentos

Às 4 da manhã a primeira lagrima lê escapa

Desce fina por seu rosto maquiado

Deixa seu rastro naquela face que já foi bela

A mulher sacode a cabeça com vigor

Parece prestes a tomar uma atitude e mudar sua sorte

E então estende a mão chamando o garçom

Se fosse perguntada por que não para ela diria que hoje não bebe para entorpecer o corpo

Ela quer é embriagar a alma.