CADÊNCIAS TRISTES
"Tornei-me o eco das tristezas todas
Que entre os homens achei!..."
(Fagundes Varela)
Ah! a tarde morre calma!
"Há restos de sol poente..."
Vai-se co'a infinita calma;
Anoitece lentamente!
Chega a noite a soluçar
Um soluço de tortura;
Ecoa um lamentar
Que enche a terra d'amargura!
Cadências tristes d'um canto
São réquiens d'imenso pranto!
As minhas tristes canções
Plangentemente ressoam
"Levadas nas virações";
São canções que se entoam!
Cadências tristes d'um canto,
São réquiens d'imenso pranto!
Cadências tristes, sentidas
Da alma de inquietação,
Agonizantes cantigas,
Soluçam n'uma oração!
Cadências tristes d'um canto,
São réquiens d'imenso pranto!
As canções...solto-as ao vento,
À hora crepuscular
E ouço por um momento
"Como num eco vibrar"
Cadências tristes d'um canto,
São réquiens d'imenso pranto!