Amargura



Noite de fim de maio
Chuva fina caía do céu nevoento
Era uma cor triste e embaçada
Faróis deslizavam pelo asfalto lustroso
Estava na minha dor enclausurada

Da sacada da varanda
Observava a noite opaca
E vagava para um estado
Anestesiado, em apatia
Tudo era para mim nostalgia

Os tormentos que dilaceravam minh’alma
Deixavam-me obsedada naquela visão
A chuva açoitava meus olhos
E o meu olhar suspenso
Não via senão escolhos.