Um ser.

Será o ultimo suspiro?

Sinto-o, clamo por sua presença,

Em vão, pois minha alma,

Pequena chama de vida, já tísica,

Esvai-se entre o vazio e a indiferença.

Não sou querido, sou ser só, escondido,

De cadafalso em cadafalso sobrevivi,

No limiar da morte, sem dó!

Piedade? Fraternidade?

Estas nunca vi!

Agora no leito de morte,

Leito? que coisa é esta?

Nunca tive um...é alcova da mais vil,

Onde agonizo só, sem velador,

Morte pouco fecunda, nada sutil.

Aguardo que, por um pingo de sorte,

Esperança sem fundamento?

A eternidade me seja menos esnobe,

Ou a terra, úmida, melhor acalento.