Minh'alma seca.

Olá - disse-me Ele.

Prostrei-me - em ato, respondi.

O que fazes aqui?

Por que andas assim, errante?

Deste penhasco enxergo tanto

neste imenso deserto

apenas sento-me,

e não vejo, não sinto.

Apenas sento-me

neste enorme penhasco,

como meu estado

sentindo como abismo.

Sento-me nesta imensa aridez

assim como a alma apática.

Não me levanto, não me encanto

nesta imensa desertes.

O que você vê? - perguntou Ele.

Está embaçada minha visão - respondi.

Entrou areia em meus olhos,

e não vejo bem.

Minh'alma seca está

como este deserto,

deste deserto,

neste deserto.

Vejo um deserto morto,

sem vida, seco.

Abismo dentro dos olhos

como alma amargurada.

Apenas sento-me e fico estático

neste imenso desfiladeiro

onde caem todas as belezas

e tudo fica cinza.

Precipício como pé

cado de cintiles.

Sem nenhuma nitidez

tudo preto e branco.

Apenas sento-me

e não ligo pra sequidão.

Cactos, animais mortos

tudo fétido.

Penhasco,

de uma alma apática.

Despenhadeiro,

como (de) alma amargurada.

Neste imenso deserto,

como-de alma seca.

Deste imenso deserto

não vejo nem sinto água.

O buraco não tem fim,

cada vez mais some o "sim".

Até as lágrimas secaram-se

ninguém aqui chora.

D'este deserto

minh'alma tem fome e sede

e aqui nada tenho para comer ou beber,

por favor, sacia-me!

Neste imenso mausoléu

minh'alma seca tem sede!

Peço-te, por favor, dá-me de beber,

molha esta alma desidratada, ressecada.

Por favor, dá-me tristeza

mas não deixe esta apatia! - disse eu.

Está vendo aquela fonte? - Perguntou Ele.

Ela saciará sua sede eternamente.

Sente-se, e continue a sentar-se.

Vislumbre esta terrível vista.

Visão deste imenso deserto.

Vislumbre esta imensa paisagem com propósito - disse Ele.

[23/08/12]

Cesare, em tudo capacitado pelo Senhor.

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 23/08/2012
Reeditado em 25/08/2012
Código do texto: T3846066
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