O cão.

O cão.

Apenas um cão.

Na calçada, todos

Ignoram, invisível.

Um cão

que foi largado abandonado;

atravessando ruas

sem ciência do perigo.

...Apenas buscando abrigo,

o carinho perdido, um amigo.

Mendigo.

Farejando,

inocente

com olhos suplicante

te pedindo atenção.

Há! Vida de cão,

pobre de mim, sem raça, sem predique.

Fome e sede: a não ser um resto de pão,

comida no lixo, no chão,

água da chuva, suja, de qualquer lugar

onde puder achar.

As vezes um menino bom,

que sorrir, oferecendo as suas mãos,

inocente como ele,

um pouco de atenção.

Não sabendo discernir

o bem e o mal

procura ainda pelo dono,

mas não sente o desprezo,

nem o desrespeito,

não leva desamor

nem desilusão

nem a raiva no coração;

o que quer é só amor,

dá amor,

um amigo fiel e verdadeiro...

Mesmo machucado, desprezado,

presta-lhe atenção,

para um aceno, um gesto de amizade,

um carinho.

...Espera se preciso

pelo resto da sua vida,

um acolhimento,

um lar e um coração

amoroso para lhe dar atenção.

Um amigo para sempre...

Cláudio Domingos Borges.

poeta cláudio
Enviado por poeta cláudio em 15/08/2012
Reeditado em 17/08/2012
Código do texto: T3831514
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