Absorto
No banco da praça
A sós, de braços cruzados
Vi um anjo brincando sozinha
Uma andorinha na tarde de verão,
Um rasgo de amor no dia perturbado
Guardei o sorriso que dela ganhei
Aspirei profundamente aquele momento
E meus olhos levemente fechei
Desejei que a vida fosse só aquela verdade
Sonhei por alguns segundos
Com a beleza, com o amor, com a bondade
Andei por campos aonde nunca pisei
Então lembrei-me da vida, da humanidade
Lembrei dolorosamente dos horrores,
Da violência, das atrocidades
Tristemente, meus olhos molhei!