Retratos
Retratos molhados de pranto
Desnudam com propriedades
Amores que a vida descartou
Nas estradas abandonadas
Empoeirados em um canto
Deteriorados pelo tempo
Mostram risos tristonhos
Restos dos muitos sonhos
Como confetes espalhados
Cada qual foi para um lado
Sobraram apenas imagens
Angustiantes paisagens
Sobre antigos aparadores
Pranteiam rostos perdidos
Existenciais desencontros
Escombros na dor vencidos.
(Ana Stoppa)