Sorriso gelado

Hoje, foi assim...

Ele entendeu tudo o que acontecera antes, e não foi tão bom

Mas não tão ruim, o que lhe pôs um sorriso no rosto

Aquele sorriso gelado, de quem foge de fantasmas há muito

E das dores escondidas entre meninas e carinhos

Meninos, circulações de capital, viagens internas...

Madrugadas soluçantes, é tudo a mesma coisa

E tem horas que a gente se culpa, não tem?

O que ele pode fazer?

Nada mais do que eu, ou você...

A espera sempre tácita, nessa esperança de estar tudo certo

O disfarce de “vou”, quando ainda nem está firme ao chão

Ah, o desespero de saber o que quase todo mundo quer

O tédio de estar sempre certo é um inferno, comparado ao prazer de errar e se surpreender com uma motivação maior

Mas eu lhe disse da calma que precisa

E disse do sono da noite, da boa vida, do bom viver

Blá, e ele bateu a porta

Poderia ser pior.

Daniel Sena Pires – Sorriso gelado (11/08/12)