APRISIONADO

Caminhos bem distintos...

Vidas paralelas ...

A natureza é o meu lar.

Vim ao mundo sem distinção de moradia...

De galho em galho, é minha pousada.

Mas sinto-me triste com meu modo de viver...

O destino , não foi legal comigo,

me pôs, frente a uma gaiola.

e ali, me deixaram aprisionado!

Tenho minhas asas e não posso usá-las...

tenho meus pés, e não piso no solo...

tenho meu bico e não pico as frutas...

nem tampouco, cisco o solo,

à procura de alimento ...

Ainda , resta-me o bom humor de cantar

mesmo engaiolado: canto... canto

e me afogo neste canto, como se me

embriagasse e canto um pranto chorado !

Não sinto o aroma da natureza ...

não respiro o ar puro que DEUS nos deixou...

o vento balanceando minhas penas...

Sinto falta até da chuva, molhando meu corpo.

O corpo de um pássaro, cheio de penas

e cheio de tristeza ! ...

Nem posso, ser o que sou...

Sou aqui, o que nunca desejei ser

Nice Ventura