FOTOS SEM ROSTO
Olho para o passado e o que vejo?
Fotos do passado,
Sem rostos,
Sem vida,
Sem lembranças.
A morte!
Quem deu ordem para matar meu passado?
Quem disse que eu queria olhar para trás
E ver que os rostos das minhas lembranças
Não mais existem?
Fotos sem rosto,
Lembranças sem rosto.
A morte! Odeio a morte!
Ela nos leva o passado
Apaga nossa vida
Destrói nossa infância,
Adolescência e
Juventude.
Todos mortos!
As festas alegres
E as fotos sem rostos.
A alegria morreu!
As doces lembranças se transformaram
Em dores.
Dores horrendas
Que refletem em meu útero
Onde doem a dor das minhas lembranças
Gestadas.
Quem deu ordens para destruir as lembranças?
Olho as fotos
Cadê os rostos?
Apagados, como se jamais
Tivessem existido.
Se o passado morreu
Não quero mais me lembrar dele.
Quero fechar a porta pesada
Que me separa de tudo o que vivi.
Não quero mais as lembranças,
A dor que vem com elas.
Se há alguém aí em cima
Que resolveu brincar com minha vida,
Por favor, se afaste de mim.
Ninguém tem o direito de nos dar
E depois tirar.
Ah, as fotos e lembranças
Onde vejo rostos se apagando lentamente!
Que se queimem as lembranças
Que se destruam as fotos.
Odeio a maldita morte!
Odeio as lembranças!
Odeio o passado!
Odeio tudo o que vivi!
Odeio lembrar
E sentir
As lágrimas da dor
Em minha face!
Emar Vigneron – 5 de agosto de 2012 – 16:23 horas