Juventude decadente
O amargo gosto da tristeza;
esses dias em minha boca pousou,
e como um tolo supersticioso,
senti medo.
minhas inquietações são internas;
uma dor de dentro para dentro;
e ás vezes eu me reencontro
com essas antigas quimeras;
companheiras de longa data;
sinto suas patas se movendo;
e esse sofrimento vai crescendo;
tomando proporções inexatas!
templos e catedrais em coral;
recitam notas musicais dentro de mim;
e essa dor não tem um fim?
seria a densa sócratica moral?
vão se remexendo em meu ventre
livros velhos e rabiscados;
e os cistos,e os cortes e os calos
fazem de mim um jovem decadente!
ainda hei de parir toda essa sereneta;
mas enquanto o doutor não chega;
em mim ficará essa placenta;
gestando toda minha chaga!