Ah, esta dor!
Chorou, mas não revelou a dor do core.
Ah, esta dor que consome o corpo,
Decorou, mas não declamou o texto
Ah, esta dor não estava no contexto
Tentou, mas não segurou a barra no coreto
Ah, esta dor não estava no libreto
Esperou, mas não aguardou a sirene
Ah, esta dor que abafa, oprime o canto de cisne
Apagou, mas não ouviu da platéia, o lamento
Ah, esta dor que leva, redime o sofrimento
Subiu, mas não ficou para ouvir o canto de ossanha
Ah, esta dor que se foi, faz da morte uma façanha.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em outubro de 2005.