A JANELINHA
Bel olhou pela janelinha
Viu o sol por entre as nuvens se esconder
Queria ser como ele, lá de cima tudo ver
Ter a visão do que a natureza mostrava
Mas estava ali preso num quadrado escuro
Pouco via a claridade, não tinha futuro
Aquela janelinha lhe mostrava o céu
Era muito alta, não conseguia subir
E muito pequena, não podia fugir
Naquela solitária só via o carcereiro
Quando chegava a noite tinha um candeeiro
Blasfemava contra tudo, depois se arrependia
Pelo seu crime foi castigado, agora sofria
Pensava na esposa que o abandonou
Por não aceitar seus vícios, sua valentia
A sua mente era perversa, doentia
Só o tempo agora para lhe transformar
Não parava de fitar a janelinha
Sua única amiga e companheira
Sempre ali, uma alegria derradeira