Prata do Céu
A prata das nuvens contamina a alma,
tristeza marcada no meu sorriso salgado,
peso nas asas do formoso cavalo alado,
nos sonhos que se escondem do sonhar.
Sei que vão esmaecer em chuva fria,
uma nostagia que se desfaz taciturna,
uma cria incapaz de em si reprocriar,
tarde escura, estéril, sem sementes.
Mas, as nuvens vão lavar a noite em espuma,
branca e abrasiva, para clarear o azul do dia,
raspando a lápide do meu silêncio covarde,
ressuscitando todos os Lázaros da minha poesia.