Exercendo o Direito de Chorar
O tempo passa sem pressa
Na velocidade dos dias que logo se vão...
E neste relâmpago que é existir...
Às vezes me permito ser destronado da felicidade
Deixo o manto que me protege de lado...
E então eu choro, servindo-me de meu direito em ser humano...
Corro para longe dos olhos que vagueiam em minha alegria...
Corro para o escuro onde ninguém me vigia...
Isso porque não importa onde esteja...
Eu estou sempre só, sem nada que me proteja...
Os sonhos às vezes não bastam...
E na filosofia que guia as montanhas até mim
Vou lutando com a minha própria vida...
Uma alma entediada em carregar o corpo...
Como se tivesse tornado-se longo
O que deveria ser pouco...
Contraditória tristeza...
O que mais me encanta
É o meu momento relâmpago...
E em louvor a minha existência eu sigo dançando
A musica cósmica dos astros...
E mesmo na nostalgia eu respeito à vida...
A louvo em cada respiração
Em cada instante contado na imensidão
Eu sou grato por viver em cada batida de meu coração...
E mesmo que o mundo seja escuro
E não exista ninguém ao meu lado...
Mesmo que chore, eu não esmoreço... Eu não caio...
Pois viver entre mortais é meu maior regalo...
E depois de chorar minha justa humanidade
Eu volto ao meu trono, visto meu manto...
Que venham todos, pois eu sou pleno em felicidade!