E ainda dizem que sou forte
Nas vitórias, minha fortaleza ergue-se,
Intolerante e suprema,
Sem saber das fragilidades das minhas entranhas.
Súbita dor que me persegue.
São vitórias tão fúteis, sem algum valor,
Sequer significado.
E vai clareando meu caráter.
E vou desmoronando, fraco.
Sinas e desilusões são comuns nestes dias.
Manhãs tão úmidas de mim,
Chama apagada sem ti.
E lá vem a derrota.
Vem e dorme na varanda,
Na casinha do quintal,
Abre a geladeira sem pedir licença.
Ela se fixa.
A derrota – por mais triste que pareça,
Consola.
A todos sua fraqueza,
Compartilha,
Socializa a dor da perda,
Humaniza.
A derrota – companheira,
Não mais me entristece,
Só nos segura na verdade
E, nos seus braços, acolhe.
E ainda dizem que sou forte...