E ainda dizem que sou forte

Nas vitórias, minha fortaleza ergue-se,

Intolerante e suprema,

Sem saber das fragilidades das minhas entranhas.

Súbita dor que me persegue.

São vitórias tão fúteis, sem algum valor,

Sequer significado.

E vai clareando meu caráter.

E vou desmoronando, fraco.

Sinas e desilusões são comuns nestes dias.

Manhãs tão úmidas de mim,

Chama apagada sem ti.

E lá vem a derrota.

Vem e dorme na varanda,

Na casinha do quintal,

Abre a geladeira sem pedir licença.

Ela se fixa.

A derrota – por mais triste que pareça,

Consola.

A todos sua fraqueza,

Compartilha,

Socializa a dor da perda,

Humaniza.

A derrota – companheira,

Não mais me entristece,

Só nos segura na verdade

E, nos seus braços, acolhe.

E ainda dizem que sou forte...

Agenor Do Bem
Enviado por Agenor Do Bem em 13/02/2007
Reeditado em 14/02/2007
Código do texto: T379999