Noite de chuva
A chuva que está batendo na avenida,
cai em torrentes aqui dentro de mim.
Arde a sensação de um vazio sem fim
e nem sequer há uma lágrima caída.
Eu queria poder extravasar a agonia,
amor que não alcança a quem se ama;
amado que não ouve a quem te clama
a seguir penando pela estrada nua, fria.
Nesta noite, a chuva é minha lamúria:
chora toda crueldade e toda a luxúria
que de um grande amor sobrou.
Lágrima minha, por que não te dás conta
da chuva que acima de mim desponta
e alivias a dor pelo que se encerrou?