ADEUS
ADEUS
Preciso ter cuidado com os meus poemas
Ou quem sabe guardá-los apenas
no fundo do baú?
Eles estão dizendo mais do que eu disse
Acho que que a culpa é das metáforas,
Essas pedras preciosas que mascaram!
Falo muito, muito mesmo,
Mas é sempre de mim ,
é de mim, é de mim,
e do meu jeito,
transparente assim...
Mais uma vez a ventania se equivocou
Ao se fazer mensageira dos meus poemas
Pior, não só errou o endereço,
como acinzentou o tema
Não tenho tempo para odiar,
Não sei fazer poemas de escárnio
Porque no meu coração essa semente
Sequer tem vestígios
Não alimento mágoas
Não entro em litígios
Se me magôo, na condição de gente que sou
Procuro enxergar o outro lado
de quem me magoou
Não ,não estou sendo piegas
Estou só derramando meus sentimentos
Livres, sem censura sem o intelecto me impor
Qualquer restrição
ou temor de julgamento
Desculpo-me agora até pelo que não fiz
Juro por mim, só te quero ver feliz
E por isso entendo do verbo o seu sentido
Essa é a última letra
Do meu choro vertido
Não mais te lerei
Nem mesmo escondido
Não mais caminharei sob a minha vã filosofia
Mas um desejo final vou formular:
Desejo pra você muita poesia!