EMPAREDADA

Mara amava Petrus que amava Lívia

Um amor profundo que abalava seu coração

Vivia momentos alegres, sentia grande emoção

Desconfiava de outra mas permanecia quieta

Respirava o ar puro nas noites frias de luar

Ao lado do amado na sacada da mansão

Ele a visitava e a tirava de sua solidão

Na sua ausência Mara sentia imensa tristeza

Queria estar sempre ao seu lado, abraçando

Sentir o calor do seu corpo, beijando

Sem a sua presença a vida parecia não existir

Petrus amava Lívia, estava sempre com ela

Gostava de Mara mas não sentia o amor

Pensava em deixá-la, imaginava sua dor

O tempo passava, Mara sentia sua falta

Sabia que dela ele estava se afastando

Na última noite a lua os viu se amando

Foi a testemunha desse clima apaixonado

Não mais o viu, se sentindo abandonada

Meses depois Mara conseguiu encontrá-lo

Sentiu raiva mas não queria magoá-lo

Estava de casamento marcado com Lívia

Ouviu Mara dizer que estava grávida

Marcou uma noite de amor, deixou-a ávida

Pensando numa reconciliação com ele

Levou-a para sua mansão, amou-a loucamente

Mas seu plano era trágico e aterrorizante

Desejava eliminá-la, estava muito confiante

Naquele mesmo quarto Mara foi emparedada

Uma parede no lugar da porta ficou

Amarrada, ali o seu sonho terminou

Ninguém saberia do seu triste fim

Isolado, o quarto parecia não existir

Lívia desse fato não teve conhecimento

Dias depois aconteceu seu casamento

Os anos se passaram, o casal estava feliz

Mas certa noite Petrus acordou de um sonho

Pensou em Mara, passou o dia tristonho

Não imaginava que isso pudesse acontecer

Estava mal, parecia muito desnorteado

Lentamente foi se lembrando do sonho que teve

Queria calar, mas sua mente não o conteve

Mandou derrubar a parede do quarto

Na cadeira apenas ossos pode vislumbrar

Ajoelhou-se chorando, não podia se perdoar

Preso, confessou seu crime hediondo

Suas noites na prisão são intermináveis

Sonha com Mara chamando, mas ele não vai

E um filho pequeno dizendo: “por que, meu pai?”

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 26/07/2012
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