Eu preciso Falar!
Quando dois mais quatro somam apenas “UM”
Experimenta na boca a secura e o amargo sabor do fel.
Um corpo sangrando com ossos moídos, tenta suportar.
A alma maculada por tantos suplícios clama a Deus do Céu.
Quando Álvares de Azevedo repassa sua dor,
Não é covardia ou lamentação. È a valentia sábia e sem cor.
Coloca seu luto e da tristeza faz seu sofrer transformar-se em seu reduto.
Gesto de nobreza o Poeta em rimas, chocando ele fala.
Quando bem distante lembrarei meus sonhos.
Ainda que as críticas venham dizer de minhas rimas tristes e negativas,
Não os recriminem, deixe-os. Ao menos eu falei da minha dor como eu sentia.
Vomitei em versos brilhei na penumbra, fiz meu Universo.
Quando nada mais me inspirava contei relatos em alegria.
Canto o triste canto, silencio em pranto vivo à nostalgia.
Se em minhas prosas dizem do avesso e te contagia,
Faço um doce amargo, ouço meu gemido feito em melodia.
Quando o véu da noite vier como a brisa, mas com ironia,
Eu cobrirei à face enfrentarei, e avante segurei em meu disfarce.
Uma auditoria não terá valia sem sua expressão.
Chorando eu escrevo, declamo as batidas de meu coração.
Existem poetas que apenas dizem do amor.
Outros relatam pontos obscuros de uma grande dor.
Mesmo desfolhadas pétalas de rosas lembram aquela flor.
Eu digo de tudo, do mendigo ao príncipe, em forma de Amor.
Maria Goreti Albuquerque.