Adeus meu Amor, adeus.

Não tenho com quem falar, meu amor embora.

Vão embora os sonhos que sonhei em vão e ainda assim ele fica aqui

na fisionomia triste do bem maior que conquistamos.

Meu amor vai embora e meu peito em chamas silencia e chora

o mesmo choro chorado em tantas manhãs

Deixo partir meu amor, me parto, me rasgo ao meio, minha metade

sem freio, sem cuidados, sem trato se mistura a dele, festeira, saudosa

e agora a porta bate e eu o vejo pelas costas e ele não vê ainda.

Eu queria outra vida, para amá-lo, mas vai e parte e eu fico com a prece

desajeitada, tacanha, afiada nas feridas, dessa vida que eu pensei que era duas

mas só eu choro, mas só eu grito, mas só eu fico

e agora a dor parece plantar uma semente de poesia

mas é espinho que me faz sangrar, sem que ninguém veja

a boca vazia dos beijos, o corpo carente de toque

Fica tudo fora de órbita, objetos fora do lugar, frascos de perfumes esquecidos

o dito pelo não dito, a mágoa a me apertar.

Meu amor vai embora e eu não tenho outro ombro onde chorar

me aquece o cobertor frio, de imensa história de quando ainda cobria

uma menina, mas o seu cheiro insiste em ficar e quero outra razão que me dê vida

mas o meu amor vai embora e eu fico só nas horas que te levam,

nas horas que se apressam em me matar.

Cristhina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 21/07/2012
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