ME LIBERTA, MEU VENTO!



Não quero as tuas verdades sussurradas no meu ouvido!
Conta-me segredos que não me pertencem!
Que direito tens?
Arrancas do meu ser plantas floridas
pela raiz!
E um buraco no solo fértil fica exposto
a mercê que o tempo cicatrize!...
POR QUE ME POUPAS DE SOFRIMENTOS
FAZENDO-ME SOFRER???!

LIBERTA-ME!

Deixa meus pés caminharem
ainda que por espinhos!
Deixa eu tentar, sonhar, errar... SER!
Tantas vezes a tua verdade me libertou,
norteou minha estória,
me mostrou o caminho,
me socorreu!
Sim eu reconheço...

SOU SUA FILHA GRATA!
Mas...
Dessa vez, dessa vez pelo menos
deixe as portas e janelas abertas
para o sonho entrar!
Deixa eu acolher esse cigano andarilho,
errante, triste e cansado!
Deixe que eu tire do seu corpo a poeira da estrada,
que eu banhe sua alma com essências e sais,
retire todas as teias do seu passado,
Deixa-me ser a REDENÇÃO!
Deixe que ele tome a minha alma,
me leve para um salão onde dançaremos
no seu ritmo... O ritmo do vento!
Vento!... Não faça do meu coração um mar relvoto
com ondas impiedosas esmurrando o rochedo!
Tende piedade de mim!
Me sussurre outras palavras!...
Diga-me que dessa vez
pelo menos dessa vez
estás MENTINDO!



HERMÍNIA ROHEN
Enviado por HERMÍNIA ROHEN em 18/07/2012
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